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Este blog não tem carater prescritivo.

Trata-se apenas do relato da experiência de um aborto natural.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Planejando um bebê !!!

Casei-me aos 28 anos e aos 30 comecei a sentir falta de um bebê para agitar um pouco nosso lar.

Estávamos com uma certa estabilidade financeira e eu já tinha uma carreira estável como professora universitária. Mesmo com as atribuições do mestrado, a carreira acadêmica me permitia uma qualidade de vida e a administração do meu tempo entre casa, marido e carreira.
Após 10 anos tomando contraceptivos orais, decidi que era hora de parar e dei essa notícia de presente ao meu marido na noite de natal.
Quem toma contraceptivo sabe que o tempo de desintoxicação do organismo é uma incógnita, pode ser 1 mês, pode ser 1 ano e pode ser muito mais... a ansiedade é um fator psicológico que pode até atrapalhar. A cada ciclo era uma decepção ... sabia que uma atitude assim não era saudável. Entreguei nas mãos de Deus, e aguardei ... 4 meses depois meu ciclo atrasou ...
Na ocasião pilotava uma moto e tive medo de prejudicar a gestação, descolar a placenta ou coisa semelhante causada pelo impacto da moto ou até mesmo por uma queda. Tranquei minha moto na garagem, ela deveria ficar parada por pelo menos 9 meses ...rs...rs
Na primeira semana de atraso, comprei um exame de farmácia, o mais baratinho, e deu positivo!
No dia seguinte bem cedinho estava no hospital para fazer um exame de sangue e um ultrasom.
O Beta HCG deu positivo mas nem sinal no ultrasom. Neste instante começava meu martírio ...
Após a médica que fazia o ultrasom fazer cara de quem não estava gostando do que via, fui diagnosticada com provável gravidez ectópica.
Gravidez ectópica significa uma gravidez irregular, que não se fixou no útero, podendo estar sendo gerada nas trompas o que pode levar a um problemão. Fiquei extremamente assustada e fui orientada a repetir os exames na semana seguinte. Sete dias depois, voltei ao hospital, repeti o Beta HCG que continuava a subir e no ultrasom nada. Mais uma vez a médica me alarmou, me deixando apavorada. Nem mesmo cogitaram a hipótese da gravidez estar tão no início que não era possível visualiza-la.
Na semana seguinte repeti os exames e estava lá, perfeitinho, um saco gestacional com vesícula vitelínica e a constatação de gravidez normal de 5 semanas. Fiquei aliviada e extremamente feliz. Contamos pra todo mundo e começamos nossos planos como nomes e a decoração do quartinho.
Após 30 dias, fui a uma clínica acompanhada do meu marido para a realização de um novo ultrasom. Levamos um CD para gravar e esperávamos vê-lo crescidinho.
Por coincidência peguei a mesma médica que tinha me diagnosticado anteriormente com gravidez ectópica, só que o diagnóstico agora era de aborto retido. O exame foi terrível, a médica dizia que a situação era preocupante, que não visualizava o feto e que não tinha batimentos cardíacos. Eles falam conosco como se estivéssemos perdido as chaves do carro, com tanta indiferença e frieza. Saí aos prantos da clínica, me recusando a aceitar este disgnóstico. O laudo médico continha erros grotescos de digitação, os valores como medida do útero e do saco gestacional estavam entre 10 e 20 cm, quando o correto era 1 e 2 cm.
Tive que aguardar uma semana para repetir os exames. Foram os 7 dias mais longos da minha vida. Me agarrei aos erros do laudo e a todo tipo de esperança, como um erro de data, uma imagem deficiente do aparelho, inexperiência da médica, mas tudo em vão, minha gestação parou de evoluir na quinta semana e o feto nem chegou a ter batimentos cardíacos.
Aguardei uma semana e repetí o ultrasom, que não teve modificação

Um comentário:

  1. Parece a historia da minha vida estou passando pelo mesmo sofrimento.força pra todas nós.

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